Hoje no ônibus ví uma senhora debruçada na cadeira da frente. Todo mundo em silêncio. É possível reparar as pessoas andando lentamente pelas ruas. Buzinas? Sim, já eram MUITAS buzinadas antes mas agora parece que aumentaram (e muito)… a paciência se mandou para lá de Marrakesh?
É difícil esse período do Ramadã. Os órgãos públicos mudam de horário, o trânsito fica louco e se você tiver que resolver algo na rua é preciso ter uma santa paciência. Sem falar no aspecto espiritual que, obviamente, muda bastante. A vida parece voltar ao normal lá para as 19, 19h30 da noite, onde já vemos as pessoas indo para as ruas tomar o bendito e sonhado café. E assim tem sido por aqui, nesta primeira semana deste nono mês islâmico.
Há uma coisa que sempre achei engraçada (risos). Como existem os “tais pecadores”, os que não jejuam, é preciso acolhê-los para que não sejam “pegos”… Para isso, por incrível que pareça há lugares onde eles podem se esconder dos olhos dos outros e tomar seu café ou comer um pequeno sanduíche, digamos, “em paz”. As portas e janelas estão cobertas por jornal, ou tem uma cortina. Assim ninguém do lado de fora sabe quem está lá dentro! Verdade é que quando saem, saem cabisbaixos e bem rapidinho. Ninguém quer ser julgado por ninguém, né?
Um véu e tanto
É interessante como o homem tenta se esconder da Verdade a todo custo, e isso não é “privilégio” de pessoas que vivem em um país muçulmano. Em Veneza na linda Itália é assim, como também entre os Ribeirinhos no Brasil. Sistemas, filosofias, religiões e outras coisas podem se tornar o véu que os separa de Deus, o véu que tenta esconder os seus pecados do olhar do Altíssimo.
Aqui a religião tem um peso muito grande, apesar deles se acharem mais abertos que os demais (e isso é verdade). Mas o véu existe, é forte e permeia várias áreas da sociedade. E é justamente aí que o Evangelho deve penetrar, com sua graça e poder, provocando as transformações que rendem glória à Deus Pai. Embora essa ação miraculosa leve tempo, ela é primordial no cumprimento da MissioDei.
Muitos são bem disciplinados na dinâmica religiosa durante o Ramadã, outros nem tanto já que preferem se esconder atrás dos jornais. Todavia o convite de Deus, que ecoa desde o Éden (“onde estás?”) também é para aqueles que não se escondem mas que tentam – sem sucesso – se aproximar d’Aquele que se autodenomina Pai. É aí que você e eu entramos.
Onde estamos? Será que tem como nos esconder? Vamos proclamar amados. Vamos ir até eles. Vamos pedir para que as portas se abram, que os portais eternos se levantem. O Cordeiro já foi dado pelo resgate de muitos. O Rei da glória quer entrar, quer fazer morada nos corações. Proclamemos no dia de hoje pois Ele é o Rei da Glória! Ore pelos muçulmanos durante o Ramadã.