O rei sacrificará por nós!

O Eid al-Adha, conhecido como a Festa do Sacrifício, é uma das celebrações mais significativas no mundo islâmico. Este evento comemora a ação de Abraão em sacrificar seu filho em obediência a Deus, sendo substituído por um carneiro no momento final. Tradicionalmente, as famílias muçulmanas sacrificam um animal, geralmente um carneiro, para relembrar este ato de fé e submissão.

O exemplo do rei

O Marrocos enfrenta atualmente desafios climáticos e econômicos sem precedentes. Uma seca prolongada, que já dura sete anos, resultou numa redução de 38% no número de ovinos e caprinos no país, levando a um aumento acentuado nos preços da carne. Em resposta a esta crise, o Rei Mohammed VI apelou aos cidadãos para absterem-se do sacrifício tradicional durante o próximo Eid al-Adha, enfatizando a necessidade de considerar as dificuldades que muitas famílias enfrentam devido à escassez de gado e ao aumento dos preços.

Esta decisão histórica, a primeira em quase três décadas, gerou reações mistas entre os marroquinos. Alguns veem-na como uma medida necessária para aliviar o fardo financeiro das famílias, enquanto outros acreditam que questões económicas não deveriam interferir nas obrigações religiosas. Nas redes sociais, muitos expressaram apoio ao apelo do Rei, vendo-o como um gesto de solidariedade e compreensão das dificuldades enfrentadas pela população.

É importante notar que decisões semelhantes foram tomadas no passado. Durante o reinado do Rei Hassan II, pai do atual monarca, pedidos para suspender o sacrifício foram feitos em 1963, 1981 e 1996, também devido a secas severas e crises económicas.

Você e eu sabemos que Jesus se sacrificou pela humanidade, oferecendo-se como o Cordeiro de Deus para redimir os pecados do mundo. O apelo do rei Mohammed VI para que o povo marroquino renuncie ao sacrifício tradicional em prol do bem comum, e ele fazendo um único sacrifício por todo o povo, reflete  o sacrifício de nosso Rei.

Convidamos todos a orar pelo Marrocos, pelo seu povo e pelo seu rei, para que este gesto se torne um sinal visível do amor e da compaixão que Jesus demonstrou por nós. Que esta decisão possa abrir as mentes e corações dos marroquinhos, que muitos sejam alcançados pelo amor redentor de nosso Rei.

Oremos pelo Marrocos

Foi na zona montanhosa do Alto Atlas no Marrocos onde ocorreu o terremoto de magnitude 6,8 que causou a morte de pelo menos 2.000 pessoas. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, o tremor pode ser sentido em Portugal, Espanha e Argélia. Oremos pelo Marrocos!

Sexta passada, quase meia-noite, recebemos as primeiras informações de parte de pessoas na região. ”Tivemos que dormir por dias em campo aberto (como todos), já que nossas casas foram danificadas,  sentando e ouvindo os inúmeros lamentos e choros dos vizinhos, durante quase toda a noite, desesperados por notícias que, em muitos casos, não eram as melhores”, nos relata uma obreira local.

As autoridades informam que pode levar dias para chegar a muitas áreas afetadas. As construções simples nas aldeias montanhosas, localizadas a 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech, não resistiram ao abalo sísmico. Devido à localização remota dessas aldeias, encontrar as vítimas nessas áreas levará um bom tempo. Al-Haouz, Amizmiz e Asni são algumas das regiões ao redor das montanhas do Alto Atlas que estão sofrendo com os estragos causados pelo terremoto.  É justamente onde nossa equipe mora.

Em Amizmiz, o hospital local não está sendo utilizado para tratar os sobreviventes devido ao temor de réplicas. Em vez disso, foram montadas tendas para prestar assistência aos feridos.

Acesso à cidade está congestionado, uma vez que muitas estradas sofreram danos significativos. A principal prioridade é chegar às aldeias remotas e resgatar as pessoas presas sob os escombros. Nossa organização tem trabalhado para dar assistência à equipe, e duas pessoas foram enviadas para ajudar in locco, em coisas mais práticas e que podem ser feitas de acordo com a autorização dos socorristas e autoridades marroquinas. ”Por favor, ore pelos nossos dois filhos. Eles estão bem traumatizados”, nos relata uma obreira local.

Vamos orar pelo Marrocos

Amados, nós somos a Igreja de Cristo na terra, atuantes pelo Reino de Deus. Para isso, pedimos as vossas orações pelo Marrocos, pelas pessoas que perderam seus entes queridos, pelos socorristas e ajuda humanitaria que está trabalhando duro para achar possíveis sobreviventes, pela equipe, por direção, acompanhamento, e ajuda espiritual, física e emocional. Compartilhe este artigo com outras pessoas, convoque seus amigos e sua igreja à orar pelo Marrocos.

”Uma das coisas que mais nos fortificam aqui, no meio deste caos, é saber que muita gente tem orado por nós”. Assim diz uma obreira local.

 

Tifinar? Que escrita é essa?

O ano novo chegou e consequentemente um novo ano escolar está por vir. É tempo de férias, de descanso, mas logo logo teremos que começar as compras de livros, cadernos… Enfim, o ano letivo vai começar.

Por aqui no norte da África não é diferente, embora o ano escolar comece em um outro mês. As crianças norte africanas são alfabetizadas em Árabe, uma parte da mesma em francês, mas em alguns lugares ainda há lugar para uma antiga escrita bérbere: o Tifinar.

Inscritos na rocha da época do Velho Testamento, ao lado de figuras representando cavaleiros e animais selvagens, esses poucos sinais geométricos são os vestígios mais antigos do que hoje é chamado de alfabeto Tifinar, e que agora é usado para escrever Tamazight, a língua falada pelas populações bérberes do norte da África. A partir das origens dessa língua, a ação de escrever foi expressa pelo verbo ARA cuja etimologia vincula o significado à ideia de abrir, de incidir. Acredita-se que Tifinar tenha descendido da antiga escrita líbia (libyque ) ou líbio-berbere, a origem da escrita é incerta, com alguns estudiosos sugerindo que ela esteja relacionada ao alfabeto fenício.
Países como Marrocos e Argélia, possuem ainda uma identidade muito forte com a cultura Bérbere, consequentemente, uma certa valorização da escritura. Há lugares específicos na Tunísia e na Líbia onde as origens são ainda fortes.

E a Bíblia?

Sim, podemos achar a Bíblia na escritura Tifinar, mais precisamente o Novo Testamento e alguns livros do Antigo Testamento. Existem muitos áudios na língua Bérbere onde muitas histórias bíblicas são lidas e explicadas. Panfletos de Evangelização também foram produzidos para que a comunidade de leitores do Tifinar possam ler uma mensagem clara e sucinta de Cristo. Ore para que os Bérberes venham a abrir os seus corações para a Palavra de Deus e que sua rica e interessante cultura seja um culto ao soberano Deus e Pai.