Onde está o Príncipe da Paz?

“Sabe, eu gosto de manter as coisas vivas”, disse-me Boubacar Diallo. Ele criou animais a vida toda, um hobby (?) que herdou de seu pai, um soldado do Exército nigeriano. “Qualquer um dirá que o endereço da minha casa é o lugar onde o gado está lá fora.” Diallo sobe uma  escada para pegar alguns fardos de feno que estão no telhado de um alpendre caindo aos pedaços sob o qual três cabras, estavam amontoadas ao lado de um bando de pombos. Ele pula para baixo e joga os fardos no cercado. Alguns pássaros o seguiram.

Era início de novembro de 2021 e eu estava visitando Diallo em sua casa em Niamey, capital do Níger. Estava acompanhado por um jornalista chamado Omar Hama, e nós três sentamos do lado de fora em um pátio coberto, ao lado de uma árvore magra que se estendia por um buraco no telhado de zinco. A estação chuvosa havia terminado um mês antes, e as margens do rio Níger estavam repletas de verde. Porém  a chuva havia caído de forma desigual: em todo o país havia relatos de inundações repentinas, vegetais magros e camelos com doenças estranhas.

Um homem modesto com costeletas desgrenhadas e roupas amassadas, Diallo trabalha como mediador de conflitos em Tillabéri, uma região que circunda Niamey, estendendo-se ao norte até Mali e ao sudoeste até Burkina Faso. Tillabéri é o lar de vários grupos étnicos, incluindo os Fulanis que normalmente são pastores nômades; os tuaregues, que também são itinerantes; e os Djerma, que muitas vezes são agricultores. Na última década, à medida que as parcelas agrícolas invadiram o território dos pastores e as mudanças climáticas tornaram a água e as terras aráveis ​​cada vez mais escassas, as fronteiras sofreram violência esporádica. Bandidos de algumas etnias roubaram animais dos pastores Fulanis, e rixas mortais surgiram entre eles, como também entre os Djermas e Tuaregues.

Por meio de negociações meticulosas, Diallo negocia tréguas e convence grupos em guerra a abandonar suas armas. Mas, na época da minha visita, seu trabalho era complicado pela presença crescente do Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS), um grupo armado originário do Mali e que capitaliza os conflitos em Tillabéri para recrutar membros e informantes. Fugindo das patrulhas do Exército nigeriano e dos drones de reconhecimento franceses e americanos, seus combatentes estavam invadindo cidades, executando chefes locais e exigindo que os residentes pagassem um imposto ou sofreriam retaliação. “As autoridades se recusaram a resolver os problemas na zona de fronteira e os jihadistas se aproveitaram”, disse Diallo. Hama concordou com a cabeça. As aldeias em Tillabéri estavam agora a esvaziar-se, os seus habitantes fugindo para Niamey ou para acampamentos que surgiam por toda a região.

A situação é complicadíssima e está fora de qualquer noticiário internacional. Enquanto isso, Diallo tenta fazer seu honroso trabalho, no meio a muitas desavenças, desinteresse político e mortes. A pergunta que devemos ter em mente é : onde está o Príncipe da Paz?

A Palavra de Deus é muito clara diante de nossa responsabilidade perante ao mundo que está se desfazendo no caos da humanidade. Deus não está inerte a situações que vivemos, e por isso “nos convida” a viver uma prática de Vida, uma vida em abundância entre esses que procuram sobreviver aos dramas do cotidiano.

Por favor, ore por Diallo. Ore por Tillabéri, interceda pelo Niger. Continue orando pelo Mali, por Burkina Fasso, países localizados no oeste africano que necessitam muito de nossas intercessões. Lembrem-se dos Fulanis, dos Tuaregues, dos Djermas… Povos que carecem de nossas orações.

Nós sabemos onde o Príncipe da Paz está. Cabe a nós mostrar à eles, através de nós, o Seu alcance gracioso de salvação. Oremos amados! 

Igrejas sendo fechadas na Argélia

Há um tempo atrás a igreja na Argélia passou por um momento muito crítico de perseguição do governo. Os cristãos na Argélia possuíam uma certa “liberdade” para poderem se reunir, e adorar ao Senhor. Igrejas cheias, várias conversões, principalmente entre o povo Berbere chamado Kabyle.

Todavia, o governo começou a restringir as coisas. Como, por exemplo, proibir que os cristãos tivessem duas bíblias na bolsa. As coisas foram piorando até que eles encontraram “uma brecha na lei” para poder fechar igrejas. E assim aconteceu: muitas igrejas foram fechadas e a perseguição mais forte recomeçou.

E ela continua. Soubemos a uma semana atrás que algumas igrejas estão sendo fechadas por motivos diversos, os mais “curiosos” possíveis. Uma delas foi fechada porque não tinha muitas janelas. O governo tem feito inúmeras ações para impedir que eles se reúnam.

Por favor, ore pela Argélia. Ore para que os cristãos permaneçam firmes no caminho do Pai e que independentemente das muitas perseguições, eles se multipliquem para o louvor de Sua glória!

Um polêmico referendo na Tunísia

Uma nova constituição estará em jogo neste referendo na Tunísia, que acontecerá no dia 25 de Julho. O mesmo já estava marcado deste Dezembro do ano passado e desde então se tornou bem polêmico devido a maneira como as coisas em sido conduzidas neste país. Sob o pretexto de querer modificar a constituição para dar mais soberania ao povo, Kais Saied assumiu plenos poderes em julho de 2021, suspendendo o parlamento. Não faz muito tempo que ele destituiu vários juízes. A oposição continua a acusá-lo de golpe de Estado.

Desde então, o presidente tem governado a nação sozinho. A Tunísia passa por momentos muito difíceis e alguns experts políticos estão colocando em jogo várias modificações que o presidente quer realizar na constituição. Os tunisianos terão que responder a uma pergunta simples: “Você aprova o projeto da nova Constituição da República da Tunísia? Ainda assim, apesar de tudo, levará tempo para os eleitores lerem os novos textos.

Dentre eles, há um artigo que não cria uma “margem de ação para o governo” quanto a liberdade religiosa. Isso pode trazer muitas dificuldades junto as pequenas igrejas do país e, principalmente, as “igrejas nas casas”.

Você pode reservar alguns minutos de oração pela Tunísia?