Se tem uma coisa que podemos dizer acerca desta viagem ao sul é que foi um presente celestial para nós. Estamos muito agradecidos por esta oportunidade, já que fazia muito tempo que planejamos isso. Essa viagem renovou os nossos desafios para buscar mais o Reino do Eterno para este lugar tão singular, lugar este onde “tudo começou”. E fazer essa pequena visita durante a Páscoa foi muito significativo para todos nós!
Chegamos em nossas “grutas” lá para as 16h da Sexta-feira. Viagem cansativa e que nos demandou um ajuste especial para poder se alimentar: comer à vista do povo durante o Ramadã não é nada legal. Nossa primeira reunião aconteceu na sexta, depois da janta. Tivemos uma Santa Ceia juntos, pedindo pela revelação do Filho às pessoas. Já no Sábado pela manhã fomos nos encontrar com um senhor Bérbere, profundo conhecedor da cultura de seu povo. Muito interessante o que ele abordou sobre os primeiros habitantes da África do norte e como existem símbolos profundos da presença do Cristianismo no passado. Ao final oramos por ele, para que os mesmos símbolos se tornem realidade em seu coração.
Saímos de sua casa e escolhemos um local tranquilo para buscar a Sua face e pedir por aquele pequeno (e lindo) vilarejo. Ao caminhar e ver as pessoas ali, o senso de urgência de que “a noite vem” nos tomou de uma maneira bem forte. Realmente precisamos trabalhar enquanto é dia pois ainda há muita terra para ser conquistada (Josué 13:1).
Seguimos nosso caminho para uma outra cidade, um pouco central para ir à um outro vilarejo desconhecido da gente. Não estava nos planos mas vimos que deveríamos ir para lá. Encontramos várias pessoas idosas sentadas no chão, com suas roupas tradicionais (estilo “jedi” de Star Wars, para a alegria dos Geeks) esperando o sol se pôr para poderem finalmente comer. E foi aí que encontramos três rapazes que vieram ao nosso encontro.
Um deles é um artista nato, que logo me chamou a atenção por causa do seu lindo trabalho com Aquarela. Conversa vai, conversa vem, e obviamente o nome do Mestre foi citado. Para eles, Jesus foi “um dos profetas”, apenas isso, foi isso que nos disse. A discussão foi boa, um pouco intensa e por algumas vezes se tornou “sensível” e que nos demandou sabedoria e um cuidado no falar. Foi ali que sentimos uma oposição espiritual muito grande, nem tanto na conversa com eles mas no olhar das pessoas. Parecia que não éramos bem vindos… Ao final da conversa, perguntamos para ele se poderíamos orar por sua vida e ele aceitou.
Voltar para onde estávamos alojados foi tenso pois já era noite e atravessar uma rede de montanhas, com suas ruas estreitas, não foi nada fácil. Chegamos quase às 22h, muito cansados, mas felizes de ver que fomos conduzidos por Ele em tudo.
O domingo veio, tomamos café e celebramos a Páscoa em nosso quarto, nos lembrando daquele texto das mulheres que foram advertidas pelos anjos. Afinal de contas, estavam em um lugar buscando por alguém que não estaria ali. Foi essa a nossa oração a Deus: que eles possam sair das grutas e visualizar a luz da ressurreição. Eles precisam dessa revelação divina e cabe à nós (e não à anjos) trazer a verdade de que Cristo vive. Partimos o pão, bebemos “o vinho”, e pegamos a estrada de volta pra casa.
Vimos inúmeras oportunidades do Reino nessa região da Tamazgha. Um região histórica, com desafios que nos demandam a busca incessante pelos sonhos de Deus para este lugar. Queremos que Jesus caminhe por aquelas montanhas, entre nas grutas, através de nós e de todos aqueles que “vão conosco”.
Falando nisso, já pensou em fazer uma viagem dessas? Por que não?
Caminhar com o Emanuel é sempre muito bom. Privilégio cercado de Suas promessas e de Sua presença. O Ressurreto vive, que Ele seja louvado e adorado nos quatro cantos da terra!